Pe Wagner

quinta-feira, 11 de março de 2010

A CONFISSÃO


3.CONFISSÃO

PERGUNTA: Padre, os católicos confessam-se com os padres, que também são pecadores; porque lemos na Bíblia: “Quem pode perdoar os pecados, senão só Deus?” (Mc 2,7).

RESPOSTA: Quem negava a Jesus o poder de perdoar os pecados, e até o taxava de blasfemador, eram os orgulhosos escribas. Jesus, porém, lhes respondeu (Mc 2,10): “Para que saibas que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados...” Jesus curou o paralítico perdoado, à vista deles.

Este poder de perdoar os pecados, Jesus o confiou aos homens pecadores, aos Apóstolos e seus legítimos sucessores, no dia mais solene, da sua Ressurreição, quando lhes apareceu e disse (Jô 20,21-23): “Assim como meu Pai me enviou, também eu vos envio a vós. Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo. “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”.

Não resta dúvida que o sopro de Cristo ressuscitado e as palavras: “Recebei o (dom do) Espírito Santo...” expressam claramente que os Apóstolos não obtiveram o poder de perdoar os pecados em virtude de sua santidade ou impecabilidade, mas como um dom especial, merecido por Cristo e a eles conferido, em favor das almas, reunidas pelo seu sangue derramado na cruz.

Daí dizer. “Eu não me confesso com os padres, porque eles também são pecadores”, demonstra igual insensatez, como afirmar: “Eu não vou, com a minha doença, procurar conselho e remédio dos médicos, porque eles também ficam doentes”.

Por isso os católicos, mesmo que sejam papas, cardeais e reis, dobram humildemente suas cabeças diante de tão claras palavras de Jesus e confessam seus pecados diante dum simples sacerdote, para receber o perdão de Deus.

Ninguém duvida de que o sincero arrependimento dos pecados, com firme propósito de não pecar mais, e satisfação feita a Deus e aos prejudicados, eram no Antigo Testamento condições necessárias e suficientes para obter perdão de Deus. O mesmo vale ainda hoje para todos os que desconhecem Jesus e seu Evangelho; para os que não têm nenhuma ocasião de se confessar; e são ainda condições necessárias para obter perdão na boa Confissão. Mas quem no seu orgulho não acredita na veracidade e obrigatoriedade das palavras de Cristo Ressuscitado, com as quais ele insistiu o sacramento da Penitência, e por isso não quer se confessar, dificilmente receberá perdão!

Cada pecado é um ato de orgulho e desobediência contra Deus. Por isso “Cristo se humilhou e tornou-se obediente até a morte, e morte na cruz”. (Flp 2,8) para expiar o orgulho e a desobediência dos nossos pecados, e nos merecer perdão. Por isso ele exige de nós este ato de humanidade e de obediência, na Confissão sacramental, na qual confessamos os nossos pecados diante do seu representante, legitimamente ordenado. E, conforme a sua promessa: “Quem se humilha, será exaltado, e quem se exalta, será humilhado” (Lc 18,14).

Alguns cristãos de outras confissões aliciam os católicos para sua assembléia com a promessa de que, depois do batismo (pela imersão), estarão livres de qualquer pecado e nem poderão mais pecar! (Consequentemente, não precisarão mais de nenhuma Confissão). Apóiam esta afirmação nas palavras bíblicas de I Jo 3, 6 e 9: “Quem permanece Nele, não peca; quem peca, não o ouvi, nem o conhece” e “Todo aquele que é gerado por Deus, não comete pecado, porque nele permanece o germe divino” (a graça santificante).

Em resposta, lembro o princípio bíblico de que entre as verdades bíblicas, reveladas por Deus, não pode haver contradições. Por isso, as palavras menos claras, devem ser esclarecidas por palavras mais claras ou pela autoridade estabelecida por Deus (Magistério da Igreja - o Papa e os Bispos). Ora, o próprio João Apóstolo escreve em (I Jo 1,8-10): “Se dissermos que não temos pecado algum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, e nos perdoa os nossos pecados, e nos purifica de toda iniqüidade. Se dissermos que não temos pecado, taxamo-lo de mentiroso, e a sua palavra não está em nós”.

Por isso a Tradição Apostólica, interpreta as palavras de I Jo 3,9: “Todo aquele que é gerado por Deus não peca”, no sentido de “não deve pecar gravemente”, para que possuindo a graça de Deus, tem suficiente força para vencer as tentações. Enquanto às claras palavras em I Jo 1,8-10 falam dos pecados leves-veniais; sendo somente Maria Imaculada livre de qualquer mancha do pecado original e pessoal, em previsão dos méritos antecipados de Jesus Cristo que a escolheu por sua Mãe.

Portanto, todos os homens adultos necessitam de Misericórdia Divina, e os sinceros seguidores da Bíblia recebem-na, agradecidos, no sacramento da Confissão.

2 comentários:

  1. Nossa Pe Wagner...

    entrei em seu blog para pedir ao Sr um texto sobre pecado, para levar ao grupo de sexta.
    Todas as sextas entregamos um texto com um tema e amanhãeu havia escolhido a confissõa..
    A resposta foi rápida.

    um abraço de paz
    da sua amiga
    Silmara

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  2. Olá Padre, sou da comunidade sjb e estou muito feliz em saber que temos um padre que utiliza meios de comunicação tão acessiveis p/ evangelizar.Um grande abraço.

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