Pe Wagner

sábado, 27 de março de 2010


MANUAL DA SEMANA SANTA

“A Liturgia da Semana Santa seja realizada de modo a poder oferecer ao povo cristão a riqueza dos ritos e orações; é importante que seja respeitada a verdade dos sinais, se favoreça a participação dos fiéis e seja assegurada a presença de ministros, leitores e cantores”. É nessa perspectiva que nasce não sei se poderia chamar de “Pequeno Manual da Semana Santa”, e que se dirige de maneira peculiar às Equipes de Liturgia, Ministros Extraordinários da Distribuição da Comunhão Eucarística, enfim, a todas aquelas pessoas que estão empenhadas e colaboram com os sacerdotes nas comunidades paroquiais.

Pois, nas várias paróquias, comunidades e capelas por onde passei ainda como seminarista, senti as dificuldades e ao mesmo tempo a disponibilidade daqueles leigos e leigas em preparar bem a “GRANDE SEMANA”.

O nosso “pequeno manual” apesar de ser pautado no Magistério atual e nos livros litúrgicos renovados, têm falhas! E se você tem uma sugestão para o enriquecimento destes grandes dias, envie-nos. E que seja para Maior Glória de Deus e Salvação das Almas!

I - DOMINGO DE RAMOS:a) Deve-se marcar uma única e grande, procissão. De preferência os fiéis se reunindo numa Igreja menor para a sede paroquial;

b) Para o sacerdote deve-se preparar um ramo maior e mais esplendoroso e amarrado com um laço de fita vermelha;

c) Deve-se preparar uma folha com cânticos apropriados, bem como um carro de som para o início da cerimônia e também para toda a procissão, de maneira que não haja improvisação.

d) Caldeirinha e hissope de água benta.

e) Após a benção dos ramos, segue-se precedidos pelo sacerdote e ministros a procissão com cânticos, turíbulo, cruz e velas (lanternas);

f) Toda a liturgia da palavra deve ser distribuída entre os leitores com antecedência para não haver improvisação;

g) Todo o caminho onde passará o cortejo processional, poderá ser decorado com ramos, e no chão podem-se jogar folhas de árvores picadas fazendo um grande tapete.

h) Na leitura da Paixão não se usa incenso, nem velas, sem a saudação do povo e sem o beijo no livro do sacerdote;

i) A cruz processional pode ser decorada com ramos bentos;

j) Na procissão, à frente do celebrante vai se o Evangeliário, ou na falta deste, o lecionário correspondente devidamente marcado;

k) O celebrante poderá usar na procissão pluvial vermelho ou na falta deste, casula de cor vermelha;

l) Dependendo da realidade e criatividade de cada equipe de liturgia, seria muito expressivo que se preparasse um burrinho com um figurante vestido de Jesus e os discípulos.

m) O celebrante ao chegar ao presbitério, se usou pluvial na procissão, retira-o coloca a casula (que está sobre o altar), reverencia o altar e incensa o mesmo.

n) Devem-se preparar ramos para os fiéis como também para serem guardados para a quarta-feira de cinzas do próximo ano (para se fazer as cinzas).

o) Na procissão do ofertório, podem ser conduzidos três símbolos evocativos dos três mistérios que a Igreja irá celebrar no Tríduo Pascal: O PÃO E O VINHO (lembrando a Ceia do Senhor na quinta-feira santa); UMA CRUZ (lembrando a cruficação do Redentor a ser celebrada na sexta-feira santa); CIRIO PASCAL (lembrando a vitória da luz sobre as trevas com a Ressurreição de Cristo a ser celebrada na Vigília Pascal e no Domingo de Páscoa).

II - MISSA DA CEIA DO SENHOR (Lava-pés):a) Inicia-se o tríduo sagrado, chamado também de o “Tríduo do crucificado, do sepultado e do ressuscitado”.

b) Cruz processional, velas, turíbulo fumegando.

c) Matracas.

d) Pode-se entrar na procissão de entrada os santos óleos que foram abençoados pela manhã na Catedral pelo Sr. Bispo. Prepara-se no presbitério uma mesa para colocá-los. Para serem levados ao presbitério os santos óleos, poderiam três jovens vestir túnicas das respectivas cores dos óleos: ROXO (óleo dos enfermos); ROSA (óleo do Crisma); BRANCO (óleo do batismo).

e) Pode ser decorado perto do altar e nunca em cima do mesmo, com pão, uva, vinho.

f) Antes da celebração, o sacrário deve estar vazio. As hóstias para a comunhão dos fiéis devem ser consagradas na mesma celebração da missa de maneira suficiente para o dia seguinte também (Sexta-feira santa).

g) Reserve-se uma Capela para conservação do Santíssimo Sacramento e seja ela ornada de modo conveniente, para que possa facilitar a oração e meditação: recomenda-se o respeito daquela solenidade que convém à liturgia destes dias, evitando ou renovando qualquer abuso contrário.

h) Durante o canto do hino do “Glória” tocam-se os sinos (da torre e do altar). Concluído o canto eles ficarão silenciosos até o “Glória” da Vigília Pascal.

i) O órgão ou outros instrumentos a partir do canto do “Glória”, só serão utilizados para sustentar o canto. De maneira que não se use nem bateria e nem pandeiros…

j) Seja conservada para o lava-pés a escolha de alguns homens, e como sugestão podendo ser 12 que significa os 12 apóstolos. Neste momento o celebrante retira a casula e cinge-se com uma toalha grande que possa ser amarrada à cintura e ao mesmo tempo enxugar os pés dos discípulos, a casula ficará aberta sobre o altar. Após terminar o lava-pés e ter lavado as mãos vestirá novamente a casula. Pode ser dado para os homens um pão.

k) Na procissão do ofertório tendo sido feita uma conscientização na comunidade, a comunidade pode fazer doação de alimentos não perecíveis para os menos favorecidos, como nos sugere o Missal Romano.

l) Na consagração, não se toca a campainha e sim as matracas.

m) Após a oração da comunhão, forme-se o cortejo, passando por toda a Igreja, que acompanha o Santíssimo Sacramento ao lugar da reposição. A procissão é precedida pelo cruciferário, as velas, o turíbulo fumegando e as matracas.

n) Usa-se a Umbela para cobrir o Santíssimo.

o) Nunca se pode fazer a exposição com o ostensório. (A reserva Eucarística deverá ficar dentro do sacrário).

p) Na adoração até a meia-noite, pode ser lida uma parte do evangelho segundo João Cap. 13-17. Após a meia noite, esta adoração seja feita sem solenidade já que começou o dia da paixão do Senhor. Recomenda-se o silêncio.

q) A capela do Santíssimo pode ser ornada com flores, com todo esplendor.

r) O sacerdote deveria usar pluvial e véu umeral festivo na transladação do Santíssimo Sacramento em direção ao altar da reposição. Na falta do Pluvial use pelo menos o véu umeral sobre a túnica ou alva com estola.

s) Concluída a missa é desnudado o altar da celebração. Convém cobrir as cruzes da Igreja com um véu de cor vermelha ou roxa.

Para a missa deve-se preparar:

a) Âmbulas com partículas para consagrar para essa missa e para a Sexta-feira;

b) Véu de ombros;

c) Turíbulo com naveta;

d) Tochas e velas;

Para o lava pés:

a) Assentos para os homens designados;

b) Jarro de água e bacia;

c) Toalha para enxugar os pés;

d) Sabonete (para o sacerdote lavar as mãos)

III - CELEBRAÇÃO DA PAIXÃO DO SENHOR


a) Neste dia não se celebra a Eucaristia.

b) Guarda-se o jejum e a abstinência.

c) Só se celebram nestes dias os sacramentos da Unção dos enfermos e da Confissão.

d) Prepara-se tapete e almofadas para os sacerdotes (presidente e concelebrantes).

e) Os sacerdotes prostam-se os demais ministros, coroinhas e povo ajoelham-se.

f) Prepara-se uma cruz que deve ser esplendorosa coberta com um véu vermelho e dois castiçais com velas (na credencia no fundo igreja).

g) Durante a adoração e o beijo devocional, canta-se hinos apropriados e salmos.

h) Depois da comunhão proceda-se à desnudação do altar, deixando a mesma cruz no centro do altar, com quatro castiçais.

i) Pode-se fazer até a hora da procissão do Senhor Morto a via-sacra.

j) Tendo a procissão do Senhor Morto, pode-se deixar o esquife a veneração pública, juntamente com a imagem de Nossa Senhora das Dores. Na procissão recomenda-se silêncio e orações e também o uso das matracas, bem como um carro de som com canto gregoriano, ou cantos penitenciais.

Na credencia:

a) Missal

b) Lecionário

c) Toalhas para o altar

d) Corporais com sangüíneos

e) Purificatório

f) Velas para o altar.

g) Âmbulas

IV - VIGÍLIA - SÁBADO SANTO


a) Pode continuar exposta durante o dia para a veneração dos fiéis, uma imagem do Cristo crucificado, ou morto bem como a imagem da Santíssima Virgem das Dores.

b) Pedir com antecedência que os fiéis tragam velas ou a paróquia oferecer.

c) Evite-se com todo o cuidado que os salmos da vigília sejam substituídos por canções populares.

d) No canto do “Glória”, tocam-se os sinos, e também se podem preparar fogos de artifício.

e) O círio Pascal é colocado no presbitério, ao lado do ambão. O pedestal onde ficará o círio poderá ser decorado com flores.

f) O tempo pascal vai até o dia de Pentecostes, nesse dia sairá solenemente do presbitério o Círio Pascal, o qual ficou todo esse tempo no presbitério. A partir desse dia só será usado, nas cerimônias do batismo e Crisma. (O Sacerdote poderá usar o Rito para apagar o Círio Pascal)

O que preparar:

Para o fogo:

a) Uma fogueira podendo ser na frente da Igreja e que seja bem expressiva, quer dizer, que sua luz possa clarear mesmo.

b) O Círio Pascal (que seja novo, nunca se deve reaproveitar o Círio do ano que passou).

c) Cinco cravos, com grãos de incenso colocados nos mesmos.

d) Um estilete, para fazer a incisão no círio.

e) Uma vela grande para o celebrante acender o círio com o fogo novo.

f) Lanterna para iluminar os textos que o celebrante há de recitar.

g) Pegador de macarrão, para o turiferário tirar as brasas acesas do fogo novo e colocá-las no turíbulo.

h) Candelabro para o círio pascal, posto junto do ambão.

i) Preparar um microfone e um bom som, para o celebrante e o comentarista, onde começara a cerimônia, com a bênção do fogo novo.

Para a liturgia batismal:

a) Recipiente com água;

b) Quando se administram os sacramentos da Iniciação Cristã: óleo dos catecúmenos, Santo Crisma, vela batismal, Ritual Romano.

c) Apagam-se as luzes da Igreja.

d) Mesmo não havendo batismo deve-se preparar um recipiente (sugiro talhas de barro) com água para a aspersão.

e) Caldeirinha (vazia) com hissope para a hora da aspersão.

Benção do Fogo e Preparação do Círio:

a) O Celebrante vai com paramentos brancos, à sua frente vai um dos acólitos ou Ministro com o Círio Pascal.

b) Não se leva a cruz processional nem velas acesas.

c) O turiferário leva o turíbulo sem brasas com a naveta.

Procissão:

a) Depois de acender o Círio, o celebrante deita o incenso no turíbulo, se houver diácono ou padre concelebrante este levará o Círio Pascal, na falta destes o Celebrante principal o levará.

b) Organiza-se a procissão que entra na Igreja. À frente de quem leva o Círio (Padre ou Diácono), vai o turíbulo fumegando. Seguem-se outros ministros, coroinhas e todo o povo com as velas apagadas na mão.

c) À porta da Igreja, o celebrante (ou diácono) erguendo o Círio canta: “Eis a luz de Cristo!” e todos respondem: Graças a Deus!

d) Depois, o celebrante principal (ou diácono) avança até ao meio da Igreja, pára e, erguendo o Círio, canta a Segunda vez: “Eis à luz de Cristo!” e todos respondem: Graças a Deus! Todos ascendem as suas velas. Passando o lume de uns aos outros.

e) Ao chegar diante do altar, o celebrante (ou diácono) pára, e, voltado para o povo, canta pela terceira vez: “Eis a luz de Cristo!” e todos respondem: Graças a Deus! Em seguida coloca o Círio no candelabro preparado junto do ambão.

f) Acenden-se todas as luzes da Igreja.

Precônio Pascal:

a) O celebrante deita incenso do turíbulo e benze-o como para o Evangelho na Missa.

b) Havendo diácono ou padre concelebrante este fará a proclamação da Páscoa.

c) Enquanto isso da cadeira o celebrante principal segura uma vela acesa na mão, de pé, para ouvir o precônio pascal.

d) Todos se conservam igualmente de pé com as velas acesas na mão.

e) Terminado o precônio pascal, todos apagam as velas e sentam-se.

f) Após a última leitura do Antigo Testamento, com o seu responsório e respectiva oração, acendem-se as velas do altar e é entoado solenemente o hino: “Glória a Deus nas alturas” neste momento tocam-se os sinos, e os demais instrumentos que até então estavam silenciosos. Neste momento, também o altar é decorado com arranjos de flores, que deverão estar preparados na sacristia.

g) Na proclamação do Evangelho, não levam as velas, somente o turíbulo fumegando.

h) Após o Evangelho, faz-se a homilia; proceda-se a liturgia batismal, se houver.

i) Havendo batismo, sua liturgia efetua-se junto a pia batismal ou mesmo no presbitério. Onde por antiga tradição, o batistério estiver localizado fora da Igreja, é lá que se tem de ir para a liturgia batismal.

j) Primeiro faz-se a chamada dos catecúmenos, que são apresentados pelos padrinhos ou se forem crianças, levados pelos pais e padrinhos.

k) A liturgia batismal acontecendo no presbitério, após a monição do celebrante principal, segue-se a ladainha cantada, à qual o povo responde, de pé, por ser tempo pascal.

l) Terminada a ladainha, o Celebrante principal, de pé, junto da fonte batismal, com as mãos estendidas, benze a água. Pode-se introduzir na mesma água o círio pascal, uma ou três vezes, como vem indicado no missal.

m) Terminada a benção da água e dita a aclamação pelo povo, o celebrante principal, interroga os “eleitos” adultos, para que façam à renúncia, segundo o Rito da Iniciação Cristã dos adultos, e os pais ou padrinhos das crianças, segundo o Rito para o batismo de criança.

n) Faz-se agora a unção com o óleo dos catecúmenos.

o) O celebrante interroga os eleitos a cerca de sua fé. Tratando-se de crianças, pede-se a profissão de fé dos pais e padrinhos ao mesmo tempo.

p) Após o interrogatório, o celebrante batiza os eleitos.

q) Terminado o batismo, acontece a unção com o óleo da crisma.

r) Após a unção o celebrante, acende avelã no Círio Pascal.

s) Terminada a ablação batismal e os atos complementares e efetua-se, o regresso aos bancos, em procissão e com as velas acessas. Durante o retorno, canta-se um canto batismal.

t) Sendo batizados adultos, é administrado-lhes também o sacramento da confirmação.

Renovação das Promessas do Batismo:

a) Concluído o rito do batismo e da confirmação, ou, se não tiver havido nenhum nem outro, após a benção da água, o celebrante principal estando de pé voltado para o povo, recebe a renovação das promessas da fé batismal dos fiéis, que se conservam de pé com as velas acessas na mão.

b) Terminada a renovação das promessas do batismo, o celebrante principal ajudados pelos padres concelebrantes ou diáconos, se houver, asperge o povo com água benta, enquanto isso se canta um canto de sentido batismal.

c) Por fim, a missa decorre como de costume, e com solenidade.

d) Em algumas paróquias tem-se o costume de fazer a procissão do Senhor Ressuscitado e do triunfo de Nossa Senhora. Portanto, a Imagem de Jesus Ressuscitado, deve estar em um andor devidamente ornado para a procissão ou carreata após o término da Vigília pascal.

V - ORIENTAÇÕES GERAIS


a) Antes de iniciar a sexta-feira santa e concluindo o tempo quaresmal seja feito o Ato Penitencial Comunitário com confissões individuais.

b) O tempo quaresmal vai até à Quinta-feira Santa.

c) A partir da missa “da Ceia do Senhor” inicia-se o Tríduo Pascal.

d) Marcar uma reunião com toda a equipe de liturgia com o sacerdote para acertar todos os detalhes;

e) Dividir as leituras com antecedência;

f) Os Salmos devem ser todos cantados com a participação do povo;

g) Deve-se montar uma “Equipe de Semana Santa”;

h) Ex.: Batedores de Sino e matraca;

i) Fogueteiro (para o momento do Glória da Missa da Ceia do Senhor e da Vigília Pascal)

j) Organizadores de procissão;

k) Organizadores de andores;

l) Cortadores de Ramos (serviço que deve ser feito com antecedência)

m) Leitores e Cantores de Salmos

n) Animadores de procissão.

VI - PARALITURGIAS E PIEDADE POPULAR


a) Quarta-feira Santa: Procissão do Encontro do Senhor dos Passos e Nossa Senhora das Dores;

b) Sexta-feira Santa: Sermão das 7 Palavras, descimento do Senhor Morto da cruz e procissão do enterro ( Em alguns lugares o povo tem a tradição de dar um beijo na imagem do Senhor morto. É mais uma oportunidade para evangelizar, fazendo com que a devoção seja mais significativa, através dos vários grupos, movimesntos, pastorais, etc. Destacar e dar um significado ao beijo das crianças, dos jovens, dos casais, dos homens e das mulheres, dos idosos, dos doentes, etc. Uma pequena paraliturgia pode ser preparada para este momento, com cânticos penitenciais e fazendo uma ligação com a Campanha da Fraternidade do ano corrente.


Boa semana santa!

Vamos participar com muita piedade.

quinta-feira, 25 de março de 2010

CASAMENTO DOS PADRES CATÓLICOS


CASAMENTO DOS PADRES

Padre, por que os Padres católicos não se casam? Assim haveria mais vocações e menos escândalos. A própria Bíblia o recomenda em I Tim 3,2: “É necessário que o bispo seja irrepreensível; que tenha casado com uma mulher...”

RESPOSTA: S. Paulo não era casado. (veja I Cor 7,8). Numa das suas cartas ele recomenda: Sejam meus imitadores, como eu sou de Cristo”. Escrevendo, pois, a Timóteo, que também era bispo celibatário, não lhe podia aconselhar casamento. Porém, por falta de candidatos celibatários para a função episcopal (naquela época!), ele lhe recomenda escolher também homens casados – virtuosos. Daí na sua cara (I Tim 3,2) ele não coloca acento nas palavras: “que seja casado”..., mas nas palavras:... “com uma só mulher”... – e não com duas ou três, mesmo que sucessivamente, - o que seria sinal de moleza e muita paixão, deixando pouco zelo e dedicação para Deus e as almas. Em I Cor 7,32-33 S. Paulo apresenta os argumentos em favor do celibato: “O que está sem mulher, está cuidadoso das coisas que são do Senhor, como há de agradar a Deus. “Mas o que está casado, está cuidadoso das coisas que são do mundo, há de dar gosto à sua mulher”.

A Igreja Católica reconhece que a exigência do celibato dos padres não é de lei divina, mas de lei eclesial, que em circunstâncias especiais poderia ser abolida, mas opta pela maior perfeição, já que por este motivo os Apóstolos de Jesus deixaram a convivência matrimonial e familiar, para se dedicar inteiramente à propagação do Reino de Deus, - como consta de Lc 18,28-30: “Disse depois Pedro: “Eis que nós deixamos tudo o que nos pertence para te seguir”. Ele respondeu-lhes: “Em verdade vos digo, não há ninguém que tenha deixado casa, mulher, pais ou filhos, por causa do reino de Deus, que não receba o múltiplo no tempo presente, e no século que há de vir, a vida eterna”.

Assumindo livremente o celibato, o sacerdote imita a maneira de viver de Jesus – celibatário, - inteiramente dedicado às coisas do Pai e de seu Reino.

domingo, 21 de março de 2010

CATEQUESE DA CONFISSÃO


BREVE CATEQUESE DA CONFISSÃO

1. O QUE É A CONFISSÃO? R: Confissão ou Penitência é o Sacramento instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para que os cristãos possam ser perdoados de seus pecados, e receberem a graça santificante. Também é chamado de sacramento da Reconciliação.

2. QUEM INSTITUIU O SACRAMENTO DA CONFISSÃO OU PENITÊNCIA? R: O sacramento da Penitência foi instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo nos ensina o Evangelho de São João: “Depois dessas palavras (Jesus) soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem vocês perdoarem os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos” (Jo 20, 22-23)

3. A IGREJA TEM A AUTORIDADE PARA PERDOAR OS PECADOS ATRAVÉS DO SACRAMENTO DA PENITÊNCIA? R: Sim, a Igreja tem esta autoridade porque a recebeu de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu”(Mt 18,18).

4. POR QUE ME CONFESSAR E PEDIR O PERDÃO PARA UM HOMEM IGUAL A MIM? R: Só Deus perdoa os pecados. O Padre, mesmo sendo um homem sujeito às fraquezas como outros homens, está ali em nome de Deus e da Igreja para absolver os pecados. Ele é o ministro do perdão, isto é, o intermediário ou instrumento do perdão de Deus, como os pais são instrumentos de Deus para transmitir a vida a seus filhos, como o médico é um instrumento para restituir a saúde física, etc.

5. OS PADRES E BISPOS TAMBÉM SE CONFESSAM?
R: Sim, obedientes aos ensinamentos de Cristo e da Igreja, todos os Padres, Bispos e mesmo o Papa se confessam com freqüência, conforme o mandamento: “Confessai os vossos pecados uns aos outros ” (Tg 5,16 ).

6. O QUE É NECESSÁRIO PARA FAZER UMA BOA CONFISSÃO? R: Para se fazer uma boa confissão são necessárias 5 condições: a) um bom e honesto exame de consciência diante de Deus; b) arrependimento sincero por ter ofendido a Deus e ao próximo; c) firme propósito diante de Deus de não pecar mais, mudar de vida, se converter; d) confissão objetiva e clara a um sacerdote; e) cumprir a penitência que o mesmo nos indicar.

7. COMO DEVE SER A CONFISSÃO? R: Diga o tempo transcorrido desde a última confissão. Acuse (diga) seus pecados com clareza, primeiro os mais graves, depois os mais leves. Fale resumidamente, mas sem omitir o necessário. Devemos confessar os nossos pecados e não os dos outros. Porém se participamos ou facilitamos de alguma forma o pecado alheio, também cometemos um pecado e devemos confessá-lo (por exemplo, se aconselhamos ou facilitamos alguém a praticar um aborto, somos tão culpados como quem cometeu o aborto).

8. O QUE PENSAR DA CONFISSÃO FEITA SEM ARREPENDIMENTO OU SEM PROPÓSITO DE CONVERSÃO, OU SEJA SÓ PARA “DESCARREGAR” UM POUCO OS PECADOS?
R: Além de ser uma confissão totalmente sem valor, é uma grave ofensa à misericórdia Divina. Quem a pratica, comete um pecado grave de sacrilégio.

9. QUE PECADOS SOMOS OBRIGADOS A CONFESSAR? R: Somos obrigados a confessar todos os pecados graves (mortais). Mas é aconselhável também confessar os pecados leves (veniais) para exercitar a virtude da humildade.

10. O QUE SÃO PECADOS GRAVES (MORTAIS) E SUAS CONSEQÜÊNCIAS? R: São ofensas graves à Deus ou ao próximo. Apagam a caridade no coração do homem; desviam o homem de Deus. Quem morre em pecado grave (mortal) sem arrependimento, merece a morte eterna, conforme diz a Escritura: “Há pecado que leva à morte” (1Jo 5,16b).

11. O QUE SÃO PECADOS LEVES (ou também chamados de VENIAIS)? R: São ofensas leves a Deus e ao próximo. Embora ofendam a Deus, não destroem a amizade entre Ele e o homem. Quem morre em pecado leve não merece a morte eterna. “Toda iniqüidade é pecado, mas há pecado que não leva à morte” (1Jo 5, 17).

12. PODEIS DAR ALGUNS EXEMPLOS DE PECADOS GRAVES? R: São pecados graves por exemplo: O assassinato, o aborto provocado, assistir ou ler material pornográfico, destruir de forma grave e injusta a reputação do próximo, oprimir o pobre o órfão ou a viúva, fazer mau uso do dinheiro público, o adultério, a fornicação, entre outros.

13. QUER DIZER QUE TODO AQUELE QUE MORRE EM PECADO MORTAL ESTÁ CONDENADO? R: Merece a condenação eterna. Porém somente Deus que é justo e misericordioso e que conhece o coração de cada pessoa pode julgar.

14. E SE TENHO DÚVIDAS SE COMETI PECADO GRAVE OU NÃO? R: Para que haja pecado grave (mortal) é necessário: a) conhecimento, ou seja a pessoa deve saber, estar informada que o ato a ser praticado é pecado; b) consentimento, ou seja a pessoa tem tempo para refletir, e escolhe (consente) cometer o pecado; c) liberdade, significa que somente comete pecado quem é livre para fazê-lo; d) matéria, significa que o ato a ser praticado é uma ofensa grave aos mandamentos de Deus e da Igreja. Estas 4 condições também são aplicáveis aos pecados leves, com a diferença que neste caso a matéria é uma ofensa leve contra os mandamentos de Deus.

15. SE ESQUECI DE CONFESSAR UM PECADO QUE JULGO GRAVE?
R: Se esquecestes realmente, o Senhor te perdoou, mas é preciso acusá-lo ao sacerdote em uma próxima confissão.

16. E SE NÃO SINTO REMORSO, COMETI PECADO? R: Não sentir peso na consciência (remorso) não significa que não tenhamos pecado. Se nós cometemos livremente uma falta contra um mandamento de Deus, de forma deliberada, nós cometemos um pecado. A falta de remorso pode ser um sinal de um coração duro, ou de uma consciência pouco educada para as coisas espirituais. (por exemplo, um assassino pode não ter remorso por ter feito um crime, mas seu pecado é muito grave).

17. A CONFISSÃO É OBRIGATÓRIA? R: O católico deve confessar-se no mínimo uma vez por ano, ao menos para preparar-se para a Páscoa. Mas somos também obrigados toda vez que cometemos um pecado mortal.

18. QUAIS OS FRUTOS DE SE CONFESSAR CONSTANTEMENTE? R: Toda confissão apaga completamente nossos pecados, até mesmo aqueles que tenhamos esquecido. Nos dá a graça santificante, tornando-nos naquele instante uma pessoa santa. Tranqüilidade de consciência, consolo espiritual. Aumenta nossos méritos diante do Criador. Diminui a influência do demônio em nossa vida. Faz criar gosto pelas coisas do alto. Nos exercita na humildade e faz crescer todas as virtudes.

19. E SE TENHO DIFICULDADE PARA CONFESSAR UM DETERMINADO PECADO? R: Se somos conhecidos de nosso pároco, devemos neste caso fazer a confissão com outro padre para nos sentirmos mais à vontade. Em todo caso antes de se confessar converse com o sacerdote sobre a sua dificuldade. Ele usará de caridade para que a sua confissão seja válida sem causar-lhe constrangimentos. Lembre-se, ele está no lugar de Jesus Cristo!

20. O QUE SIGNIFICA A PENITÊNCIA DADA NO FINAL DA CONFISSÃO? R: A penitência proposta no fim da confissão não é um castigo; mas antes uma expressão de alegria pelo perdão celebrado.

quinta-feira, 18 de março de 2010

CASAMENTO - SACRAMENTO INDISSOLÚVEL


5. CASAMENTO – SACRAMENTO INDISSOLÚVEL

Padre, porque a Igreja católica proclama o matrimônio como sacramento indissolúvel? Os outros crentes adotam simplesmente a lei civil sobre o casamento e o divórcio. Qual é o ensinamento da Bíblia?

RESPOSTA

a) Bíblia não deixa nenhuma dúvida a respeito da indissolubilidade do matrimônio, como consta de Mt 19,3-9. Nesta disputa com os fariseus, acostumados a repudiar facilmente as suas mulheres, Jesus lhes responde: “Não lestes que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e disse: - Porque isso deixa o homem pai e mãe e une-se com sua mulher e os dois formam uma só carne?... Não separe, pois, o homem o que Deus uniu”, - Acrescentaram eles: - Então, porque Moisés mandou dar-lhes libelo de repúdio e despedi-la? Respondeu-lhes Jesus: - “Por causa da dureza do vosso coração, permitiu-vos Moisés repudiar as vossas mulheres, mas no princípio não era assim”. E agora, com a autoridade do divino Legislador, Jesus restabelece a ordem primitiva, declarando: “Ora, Eu vos digo: - Todo o que despedir a própria mulher, salvo o caso de concubinato, (e não de adultério, como traduzia-se erradamente), e casar-se com outra, comete adultério; e quem casar-se com uma repudiada, comete adultério!.

Em I Cor 7,10-11 S. Paulo reafirma a indissolubilidade do matrimônio, escrevendo: “Aos casados mando (não eu, mas o Senhor) que a mulher não se separe do marido. E, se ela estiver separada, que fique sem casar, ou se reconcilie com seu marido. Igualmente o marido não repudie sua mulher”. Portanto, segundo as expressas declarações da Bíblia, não há mais lugar para o divórcio e novo casamento, entre os cristãos casados.

b) Sacramento. Na carta aos Efésios (Ef 5,25-33), S. Paulo recomenda aos maridos amarem suas esposas, “como Cristo amou sua Igreja e se entregou a si mesmo por ela, a fim de a santificar... para que seja santa e irrepreensível”, - e acrescenta: - “Esse mistério (=sacramento) é grande, quero dizer, com referência a Cristo e a Igreja”.

Por esse mistério (sacramento) o contrato natural do matrimônio, e a convivência cotidiana do casal cristão, representando e encarnando o amor fecundo de Cristo à sua Igreja, é elevado a uma nova dignidade e realidade transcendental, ou ao plano sacramental.

É verdade que nos primeiros séculos, nos tempos da perseguição, o sacramento do matrimônio não tinha ainda fórmulas prescritas, e era contraído no ambiente familiar; mas a Igreja Católica nunca o entregou às autoridades civis do Estado, (como fazem muitos “crentes”), e depois prescreveu em pormenores as exigências para sua válida celebração na Igreja.

c) Mesmo que a Igreja Católica nunca aprove o divórcio, em alguns casos o Tribunal Eclesiástico do Matrimônio pode declara a nulidade dum “matrimônio”, quando depois de séria investigação fica provado que, na celebração de tal “casamento” na igreja, faltaram condições essenciais para sua validade, exigidas pela lei da Igreja, (idade, liberdade, etc.). Isso não é concessão do divórcio, mas apenas uma declaração de que – apesar da cerimônia religiosa, - o tal “matrimônio” não era validamente contraído, isto é, nunca se realizou.

Para todos os casados vale a exortação bíblica da carta aos Hebreus: “Seja por todos honrado o matrimônio, e o leito conjugal sem mácula; porque Deus julgará os fornicadores e os adúlteros” (Hb 13,4).

terça-feira, 16 de março de 2010

A COMUNHÃO EUCARISTICA


A COMUNHÃO.
Padre, Porque os católicos comungam somente sob as espécies do Pão em muitas paróquias que eu passei com minha família, e os evangélicos sob espécie de Pão e Vinho, como Jesus na última ceia?

RESPOSTA: A diferença entre católicos e evangélicos é essencial, e bem maior do que parece:
A) – Os protestantes desligaram-se da sucessão dos Apóstolos, por isso seus pastores não recebem o sacramento da ordenação sacerdotal e não têm nenhum poder espiritual a mais do que seus fiéis. Portanto, eles “presidem” apenas “a ceia”, como memória – recordação da ÚLTIMA CEIA de Jesus. É nela comem simples pão e bebem simples vinho, acreditando que, por esta piedosa recordação, Cristo lhe comunica sua graça e o seu amor.

B) Os sacerdotes Católicos recebem no Sacramento da Ordem, o sacerdócio ministerial, (realmente distinto do sacerdócio comum dos fiéis, recebido no batismo), pelo qual realizam na Santa Missa o duplo efeito: 1º - celebram a última Ceia de Jesus; 2º - (Dentro desta comemoração, fazem o que Jesus fez nela antecipadamente): tornam, presente (aqui e agora) o sacrifício de Jesus na Cruz, consumado pela separação do sangue esgotejado do corpo, simbolizado pela consagração separada de pão e vinho. É isto que Jesus ordenou aos Apóstolos e seus legítimos sucessores no sacerdócio, com as palavras: “Fazei isto em memória de Mim!” (Lc 22,19)

Este sacrifício de Jesus na cruz, perpetuando em cada Santa Missa (que falta aos protestantes) – sendo a principal fonte de todas as graças – é de máxima importância. Por isso todos os católicos têm a grave obrigação, pelo 1º Mandamento da Lei da Igreja, de participar da Missa inteira nos Domingos e festas de guarda (quando há possibilidade).

C) – As provas bíblicas sobre a real presença de Jesus na Eucaristia são as seguintes:

a) Os Evangelhos foram escritos na língua grega, de alta cultura, em quem existem muitas expressões para os verbos “simbolizar, significar, representar, lembrar, etc.” No entanto, os três Evangelistas e S. Paulo, ao descreverem a Última Ceia de Jesus, usam exclusivamente a palavra “é”: “Isto é o meu Corpo; este é o cálice do meu sangue”. (Mt 26,26s; Mc 14,22s; Lc 22,19s; I Cor 11,23s).

b) Jesus falava ao povo simples, com palavras claras e compreensíveis. Quando usava comparações, p. ex.: “Vós sois o sal da terra; vós sois a luz do mundo”; - ninguém reclamava, e não esperava ver os Apóstolos transformados em imagens de sal ou de luz. Quando, porém, Jesus lhes disse: “Este é o pão que desceu do céu, se alguém comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que Eu vos darei é a minha carne (imolada) pela vida do mundo”. (Jo 6,50-51) – então os judeus o entendem verbalmente e reclamam dizendo: “Como pode Ele dar-nos a comer sua carne?” E Jesus reafirma: “Em verdade, em verdade Eu vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós... pois a minha carne é um verdadeiro alimento e meu sangue é uma verdadeira bebida. Quem come deste pão viverá eternamente”; (Jo 6,52-58). Até muitos discípulos seus o entenderam assim verbalmente, e por isso murmuraram e se retiraram dizendo: “É dura tal linguagem; quem pode escutá-la? (Jo 6,60-66). Mas Jesus não se retrata, para os recuperar. “Também vós quereis partir? E então Simão Pedro dá a bela resposta da fé, em nome dos Apóstolos e de todos os fiéis católicos: “Para quem iremos nós, Senhor? Tu tens as palavras da vida eterna, e nós cremos e sabemos que és o Santo de Deus”. (Jo 6,67-71). Porém, somente na Última Ceia foi lhes revelado a maneira de alimentar-se com o Corpo e o Sangue de Jesus, velado sob espécies de pão e vinho consagrados.

c) Outra prova bíblica sobre a verdadeira presença de Jesus na Eucaristia, são as admoestações de S. Paulo aos Coríntios: “E por isso, todo aquele que comer o pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, torna-se culpado do corpo e do sangue do Senhor... Pois quem come e bebe sem fazer distinção de tal corpo, come e bebe a própria condenação”. (I Cor 11,27-29).

d) A Comunhão sob uma ou duas espécies não constitui essencial diferença já que em cada pedacinho de pão e em cada gota de vinho consagrados recebemos Jesus inteiro, vivo e ressuscitado; como consta claramente de suas palavras (Jo 6,51-56): “Eu sou o pão vivo que desceu do céu... e o pão que Eu hei de dar é a minha carne... Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em Mim e Eu nele”. Claro, não é um pouquinho de carne ou sangue que recebemos na santa Comunhão, mas o “EU” de Jesus: a Pessoa do filho de Deus Encarnado – nosso Salvador.

Por isso os primeiros cristãos costumavam levar aos encarcerados pela fé, somente o pão consagrado; e aos doentes que não conseguem engolir um pedacinho da hóstia consagrada, a Igreja recomenda administrar algumas gotas do vinho consagrado. E em grupos, menores e bem preparados, pode-se administrar a Santa Comunhão sob duas espécies. Na nossa arquidiocese de Campo Grande, temos esse costume! O que mais importa é a viva fé, humildade e piedade diante deste Santíssimo Sacramento do Amor! Daí, o 3º mandamento da Lei da Igreja nos obriga: Comungar ao menos uma vez por ano, pela Páscoa da Ressurreição; e recomenda faze-lo em cada Santa Missa!

Que pena que pela falta de fé no poder e no amor infinitos de Jesus, tantos irmãos se afastaram desta “árvore da vida”, presente entre nós até ao fim do mundo, - na Eucaristia; apesar de suas palavras claras: “Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6,53).

quinta-feira, 11 de março de 2010

A CONFISSÃO


3.CONFISSÃO

PERGUNTA: Padre, os católicos confessam-se com os padres, que também são pecadores; porque lemos na Bíblia: “Quem pode perdoar os pecados, senão só Deus?” (Mc 2,7).

RESPOSTA: Quem negava a Jesus o poder de perdoar os pecados, e até o taxava de blasfemador, eram os orgulhosos escribas. Jesus, porém, lhes respondeu (Mc 2,10): “Para que saibas que o Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados...” Jesus curou o paralítico perdoado, à vista deles.

Este poder de perdoar os pecados, Jesus o confiou aos homens pecadores, aos Apóstolos e seus legítimos sucessores, no dia mais solene, da sua Ressurreição, quando lhes apareceu e disse (Jô 20,21-23): “Assim como meu Pai me enviou, também eu vos envio a vós. Tendo dito estas palavras, soprou sobre eles e disse-lhes: “Recebei o Espírito Santo. “Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos”.

Não resta dúvida que o sopro de Cristo ressuscitado e as palavras: “Recebei o (dom do) Espírito Santo...” expressam claramente que os Apóstolos não obtiveram o poder de perdoar os pecados em virtude de sua santidade ou impecabilidade, mas como um dom especial, merecido por Cristo e a eles conferido, em favor das almas, reunidas pelo seu sangue derramado na cruz.

Daí dizer. “Eu não me confesso com os padres, porque eles também são pecadores”, demonstra igual insensatez, como afirmar: “Eu não vou, com a minha doença, procurar conselho e remédio dos médicos, porque eles também ficam doentes”.

Por isso os católicos, mesmo que sejam papas, cardeais e reis, dobram humildemente suas cabeças diante de tão claras palavras de Jesus e confessam seus pecados diante dum simples sacerdote, para receber o perdão de Deus.

Ninguém duvida de que o sincero arrependimento dos pecados, com firme propósito de não pecar mais, e satisfação feita a Deus e aos prejudicados, eram no Antigo Testamento condições necessárias e suficientes para obter perdão de Deus. O mesmo vale ainda hoje para todos os que desconhecem Jesus e seu Evangelho; para os que não têm nenhuma ocasião de se confessar; e são ainda condições necessárias para obter perdão na boa Confissão. Mas quem no seu orgulho não acredita na veracidade e obrigatoriedade das palavras de Cristo Ressuscitado, com as quais ele insistiu o sacramento da Penitência, e por isso não quer se confessar, dificilmente receberá perdão!

Cada pecado é um ato de orgulho e desobediência contra Deus. Por isso “Cristo se humilhou e tornou-se obediente até a morte, e morte na cruz”. (Flp 2,8) para expiar o orgulho e a desobediência dos nossos pecados, e nos merecer perdão. Por isso ele exige de nós este ato de humanidade e de obediência, na Confissão sacramental, na qual confessamos os nossos pecados diante do seu representante, legitimamente ordenado. E, conforme a sua promessa: “Quem se humilha, será exaltado, e quem se exalta, será humilhado” (Lc 18,14).

Alguns cristãos de outras confissões aliciam os católicos para sua assembléia com a promessa de que, depois do batismo (pela imersão), estarão livres de qualquer pecado e nem poderão mais pecar! (Consequentemente, não precisarão mais de nenhuma Confissão). Apóiam esta afirmação nas palavras bíblicas de I Jo 3, 6 e 9: “Quem permanece Nele, não peca; quem peca, não o ouvi, nem o conhece” e “Todo aquele que é gerado por Deus, não comete pecado, porque nele permanece o germe divino” (a graça santificante).

Em resposta, lembro o princípio bíblico de que entre as verdades bíblicas, reveladas por Deus, não pode haver contradições. Por isso, as palavras menos claras, devem ser esclarecidas por palavras mais claras ou pela autoridade estabelecida por Deus (Magistério da Igreja - o Papa e os Bispos). Ora, o próprio João Apóstolo escreve em (I Jo 1,8-10): “Se dissermos que não temos pecado algum, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, e nos perdoa os nossos pecados, e nos purifica de toda iniqüidade. Se dissermos que não temos pecado, taxamo-lo de mentiroso, e a sua palavra não está em nós”.

Por isso a Tradição Apostólica, interpreta as palavras de I Jo 3,9: “Todo aquele que é gerado por Deus não peca”, no sentido de “não deve pecar gravemente”, para que possuindo a graça de Deus, tem suficiente força para vencer as tentações. Enquanto às claras palavras em I Jo 1,8-10 falam dos pecados leves-veniais; sendo somente Maria Imaculada livre de qualquer mancha do pecado original e pessoal, em previsão dos méritos antecipados de Jesus Cristo que a escolheu por sua Mãe.

Portanto, todos os homens adultos necessitam de Misericórdia Divina, e os sinceros seguidores da Bíblia recebem-na, agradecidos, no sacramento da Confissão.

segunda-feira, 8 de março de 2010

O BATISMO DE CRIANÇAS E ADULTOS


2- BATISMO


PERGUNTA: Padre, é verdade que o batismo das crianças não são válidos? Só os adultos que crêem podem receber validamente o batismo, que só vale por imersão!


RESPOSTA: Onde estão as provas bíblicas para esta afirmação? Não existem!
a) Algumas pessoas afirmam que Jesus foi batizado no rio Jordão por imersão. Mas, os Evangelhos não falam disso! Pode ter sido batizado como o apresentam antigas estampas: ficando com os pés no rio, enquanto S. João lhe derramava a água, com a mão, na cabeça. Na verdade, o modo de molhar o corpo com a água não tem importância! Senão seria prescrito!

b) Outros afirmam que “baptizare”, em grego, significa “imergir na água”; logo... Os biblistas, porém, documentam que em várias passagens da Bíblia esta palavra significa, igualmente, “lavar” ou “molhar” na água as mãos, os dedos, os pés etc. São Paulo usa esta palavra em 1Cor 10,2: “Todos (os Israelitas) foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar” (como símbolo do batismo cristão). Sabemos, porém que este batismo não aconteceu por imersão, pois os Israelitas, junto com todas as crianças, passaram o Mar Vermelho a pé enxuto, tocando apenas a areia úmida do mar. Quem tomou o “batismo por imersão”, foram os soldados egípcios! E todos pereceram! (Ex 14,19-20). No batismo vale mais a fé em Deus e a obediência a seu legítimo representante do que a maneira de aplicar a água.


c) Alguns textos bíblicos indicam o batismo feito por imposição. Em At 8,36-38 lemos sobre o batismo do eunuco etíope, feito pelo diácono Filipe, no caminho entre Jerusalém e Gaza, onde não existe nenhum rio ou lagoa, em que seria possível batiza-lo por imersão. Há apenas pequenas nascentes.

At 9,18-19 relata o batismo de Saulo convertido numa casa de Damasco. Não havia piscina nem tempo para batismo por imersão; pois, lemos: “Imediatamente lhe caíram dos olhos como escamas, e recuperou ea vista. Levantando-se, foi batizado, e tomando alimento, recuperou as forças”.


Igualmente em Filipos (At 16,33) S. Paulo batizou o carcereiro convertido: “Naquela hora da noite (o carcereiro) lavou-lhe as chagas e imediatamente foi batizado ele e toda a sua família”. E nos cárceres romanos não havia piscinas!

d) Como no caso acima, assim também na ocasião do batismo de Lídia e de Estéfanas, S. Paulo menciona que Lídia recebeu o batismo “com todos os de sua casa”; (At 16,14-15) e “batizei a família de Estéfanas” (1Cor 1,16), onde, certamente, não faltavam crianças pequenas.

O próprio Jesus afirma a Nicodemos: “Em verdade, em verdade te digo, que quem não renascer da água e do Espírito Santo, não pode entrar no Reino de Deus”. Para os primeiros cristãos esta regra valia igualmente para as crianças. Por isso Santo Ireneu (que viveu entre 140 a 204) escreveu: “Jesus veio salvara a todos os que através dele nasceram de novo de Deus: os recém-nascidos, os meninos, os jovens e os velhos”. (Adv. Haer, livro 2).

Orígenes (185 a 255) escreve: “A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar batismo também aos recém-nascidos”. 9Epist. Ad Rom. Livro 5,9). E S. Cipriano em 258 escreve: “Do batismo e da graça não devemos afastar as crianças”. (Carta a Fido).

e) Na “Nova e Eterna Aliança” o batismo substituiu a circuncisão da “Antiga Aliança”, como rito da entrada para o povo escolhido de Deus. Ora, se o próprio Deus ordenou a Abraão circuncidar os meninos já no 8º dia depois do nascimento, sem exigir deles uma fé adulta e livre escolha, então não seria lógico recusar o batismo às crianças dos pais cristãos, por causa de tais exigências.

Por isso a Igreja Católica recomenda batizar as crianças dentro do primeiro mês, após o nascimento. Mesmo que muitas igrejas não dêem valor à Tradição Apostólica, cada homem honesto reconhece que os cristãos dos primeiros séculos conheciam muito bem e observavam zelosamente a doutrina e as práticas religiosas recebidas dos Apóstolos.

quinta-feira, 4 de março de 2010

AS IMAGENS NA TRADIÇÃO DA IGREJA



Na Encarnação do Verbo, Jesus Cristo mostrou aos homens uma face visível de Deus, que quis se servir de numerosos elementos sensíveis (imagens, palavras, cenas históricas…) para nos comunicar a Boa-Nova.

Os cristãos foram, então, compreendendo que segundo a pedagogia divina, deveriam passar da contemplação do visível ao invisível. As imagens, principalmente os que reproduziam personagens e cenas da história sagrada, tornaram-se “a Bíblia dos iletrados” ou analfabetos.

As imagens sempre foram usadas por Jesus e pelos Apóstolos como instrumentos eficazes e reveladores da realidade invisível: para anunciar o Reino de Deus usaram imagens de lírios, pássaros, sal, luz, etc., coisas que estimulavam a compreensão do abstrato através de imagens retiradas do mundo concreto. São Paulo também ensina que o Deus invisível tornou-se visível em Jesus Cristo (cf. Cl 1,15).

A controvérsia iconoclasta, inspirada por correntes judaizantes e heréticas nos séculos VIII e IX, que condenava o uso das imagens, terminou com a reafirmação do culto dessas no Concílio de Nicéia II, em 787.

Os Reformadores protestantes rejeitaram as imagens por causa dos abusos do fim da Idade Média; Lutero, porém, se mostrou bastante liberal com as imagens; não as proibia. Ultimamente entre os luteranos a atitude diante das imagens tem sido submetida a revisão. Lutero disse em 1528:“Tenho como algo deixado à livre escolha as imagens, os sinos, as vestes litúrgicas… e coisas semelhantes. Quem não os quer, deixe-os de lado, embora as imagens inspiradas pela Escritura e por histórias edificantes me pareçam muito úteis… Nada tenho em comum com os Iconoclastas (quebradores de imagens)” (Da Ceia de Cristo).

S. Clemente de Alexandria († antes de 215) dizia que: “O próprio homem é a imagem viva de Deus”, eis o argumento que repete, acrescentando ainda um adágio freqüente na Igreja antiga: “Viste teu irmão, viste teu Deus” (Stromateis I 19 e II 15, PG 8,812 e 1009).

Os cristãos foram percebendo que a proibição de fazer imagens no Antigo Testamento era apenas uma questão pedagógica de Deus com o povo de Israel. As gerações cristãs foram compreendendo que a realidade da Encarnação do Verbo como homem, visível, indicava que eles deveriam subir ao Invisível passando pelo visível que Cristo apresentou aos homens. Assim, começaram a representar e meditar as fases da vida de Jesus e a representação artística das mesmas começaram a surgir como um meio valioso para que o povo fiel se aproximasse do Filho de Deus.

É relevante notar que já nas antigas Catacumbas de Roma, os antigos cemitérios cristãos, encontram-se diversos afrescos geralmente inspirados pelo texto bíblico: Noé salvo das águas do dilúvio, os três jovens cantando na fornalha, Daniel na cova dos leões, os pães e os peixes restantes da multiplicação efetuada por Jesus, o Peixe (Ichthys), que simbolizava o Cristo …

Note que esses cristãos dos primeiros séculos ainda estão debaixo da perseguição dos romanos. E eles faziam imagens e pintavam figuras. Será que eram idólatras por isso? É lógico que não, eles morriam às vezes mártires exatamente para não praticarem a idolatria, reconhecendo César como Deus e lhe queimando incenso. Ora, se os nossos mártires usavam figuras pintadas, é claro que elas são legítimas.

Nas Igrejas as imagens tornaram-se a “Bíblia dos iletrados”, dos simples e das crianças, exercendo grande função catequética. Alguns escritores cristãos nos contam isso. S. Gregório de Nissa (†394) escreveu:“O desenho mudo sabe falar sobre as paredes das igrejas e ajuda grandemente” (Panegírico de S. Teodoro, PG 94, 1248c).

S.João Damasceno, doutor da Igreja, grande defensor das imagens no Concilio de Nicéia II, disse:“O que a Bíblia é para os que sabem ler, a imagem o é para os iletrados” (De imaginibus I 17 PG, 1248c).“Antigamente Deus, que não tem corpo nem face, não poderia ser absolutamente representado através duma imagem. Mas agora que Ele se fez ver na carne e que Ele viveu com os homens, eu posso fazer uma imagem do que vi de Deus.”“A beleza e a cor das imagens estimula minha oração. É uma festa para os meus olhos, tanto quanto o espetáculo dos campos estimula o meu coração para dar glória a Deus” (CIC, 1162).“Como fazer a imagem do invisível? … Na medida em que Deus é invisível, não o represento por imagens; mas, desde que viste o incorpóreo feito homem, fazes a imagem da forma humana: já que o inviável se tornou visível na carne, pinta a semelhança do invisível” (I 8 PG 94, 1237-1240).“Outrora Deus, o Incorpóreo e invisível, nunca era representado. Mas agora que Deus se manifestou na carne e habitou entre os homens, eu represento o “visível” de Deus. Não adoro a matéria, mas o Criador da matéria” (Ibid. I 16 PG 94, 1245s).

O Papa São Gregório Magno († 604), doutor da Igreja, escreveu a Sereno, bispo de Marselha, que ordenou quebrar as imagens:“Tu não devias quebrar o que foi colocado nas Igrejas não para ser adorado, mas simplesmente para ser venerado. Uma coisa é adorar uma imagem, outra coisa é aprender, mediante essa imagem, a quem se dirigem as tuas preces. O que a Escritura é para aqueles que sabem ler, a imagem o é para os ignorantes; mediante essas imagens aprendem o caminho a seguir. A imagem é o livro daqueles que não sabem ler” (epist. XI 13 PL 77, 1128c).

O Concílio de Nicéia II (787), com base nos sólidos argumentos de grandes teólogos como São João Damasceno, doutor da Igreja, reafirmou a validade do culto de veneração (não adoração) das imagens. O Concílio distinguiu entre Iatréia (em grego adoração), devida somente a Deus, e proskynesis (veneração), tributável aos santos e também às imagens sagradas na medida em que estas representam os santos ou o próprio Senhor; o culto às imagens é, portanto, relativo, só se explica na medida em que é tributado indiretamente àqueles que as imagens representam. Assim se pronunciaram os padres conciliares: “Definimos … que, como as representações da Cruz …, assim também as veneráveis e santas imagens, em pintura, em mosaico ou de qualquer outra matéria adequada, devem ser expostas nas santas igrejas de Deus (sobre os santos utensílios e os paramentos, sobre as paredes e de quadros), nas casas e nas entradas. O mesmo se faça com a imagem de Deus Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, com as da … santa Mãe de Deus, com as dos santos Anjos e as de todos os santos e justos. Quanto mais os fiéis contemplarem essas representações, mais serão levados a recordar-se dos modelos originais, a se voltar para eles, e lhes testemunhar … uma veneração respeitosa, sem que isto seja adoração, pois esta só convém, segundo a nossa fé, a Deus” (sessão 7, 13 de outubro de 787; Denzinger-Schönmetzer, Enchridion Symbolorum nº 600s).

Note, então, que muito antes da Reforma Protestante, a Igreja já tinha estudado o uso das imagens; isto foi há cerca de 750 anos antes da Reforma. A sagrada Tradição da Igreja, sempre assistida pelo Espírito Santo (cf. Jo14,15.25; 16,12-13) sempre reconheceu o valor pedagógico e psicológico das imagens como um auxílio para a vida de oração.

Todos os santos da Igreja, em todas as épocas, valorizaram as imagens. Santa Teresa de Ávila († 1582), ao ensinar as vias da oração às suas Religiosas, dizia :“Eis um meio que vos poderá ajudar… Cuidai de ter uma imagem ou uma pintura de Nosso Senhor que esteja de acordo com o vosso gosto. Não vos contenteis com trazê-las sobre o vosso coração sem jamais a olhar, mas servi-vos da mesma para vos entreterdes muitas vezes com Ele” (Caminho de Perfeição, cap. 43,1).

Enfim, Deus não proibiu imagens de maneira absoluta; mas proibiu imagens de ídolos para serem adorados. Sabemos que uma meia verdade é pior do que uma mentira. Não se pode interpretar a Bíblia lendo apenas alguns versículos sobre um determinado assunto; é preciso ler todos os versículos da Bíblia que falam do mesmo assunto para que a interpretação seja correta. O perigo da interpretação fundamentalista é este: fixar os olhos em um único versículo e querer tirar daí uma interpretação definitiva de uma verdade religiosa. Cai-se no erro.

PADRE, QUAL É O SENTIDO DE VENERAR AS IMAGENS DOS SANTOS, COMO NOSSA SENHORA, SANTO ANTONIO E OUTROS SANTOS?


1. VENERAÇÃO DE IMAGENS

PERGUNTA: Padre, me disseram que os católicos praticam a idolatria, fazendo e adorando imagens, o que Deus proíbe na Bíblia, dizendo: “Não farás para ti esculturas alguma do que está em cima nos céus, ou abaixo sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra” (Ex 20,4).

RESPOSTA: O mesmo Deus, no mesmo livro do Êxodo, manda Moisés fazer dois querubins de ouro e colocá-los por cima da Arca da Aliança (Ex 25,18-20). Manda-lhe, também, fazer uma serpente de bronze e colocá-la por cima duma haste, para curar os mordidos pelas serpentes venenosas (Num 21,8-9). Manda, ainda, a Salomão enfeitar o templo de Jerusalém com imagens de querubins, palmas, flores, bois e leões (I Reis 6,23-35 e 7,29), etc.

Ora, os primeiros cristãos martirizados aos milhares porque se recusaram a adorar imagens de deuses falsos, estudaram a Bíblia com mais atenção e respeito. Eles não tiravam esses trechos proibitivos de seu contexto e, comparando-os com outros, ficaram convencidos de que Deus proíbe apenas fazer imagens de deuses falsos, e adora-los, - como o faziam os vizinhos pagãos, - mas Ele não proíbe fazer outras imagens.

Eis o verdadeiro sentido desta proibição bíblica, no seu contexto: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te fez sair do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de minha face. Não farás para ti escultura alguma do que (daqueles falsos deuses, que na errada imaginação dos pagãos) está em cima nos céus, ou abaixo sobre a terra, ou nas águas, debaixo da terra. Não te prostrarás diante deles e não lhes prestarás culto, (à imitação dos pagãos) (Ex 20,2-5). Esta proibição, intencionada por Deus, repete-se em vários lugares da Bíblia, como por ex.: “Não adores nenhum outro deus” (Ex 34,14) ou “Não farás para ti deuses fundidos” (Ex 34,17).

Por isso os primeiros cristãos pintaram nas catacumbas muitas imagens das cenas bíblicas do Antigo e Novo Testamento, e legaram, para a veneração dos séculos posteriores, as imagens de Cristo-Sofredor, na toalha de Verônica, e no sudário sepulcral, guardado em Turim, na Itália.

Alguns santos dos primeiros séculos afirmavam que as imagens da Bíblia, da Via Sacra, de Jesus crucificado e dos santos são o único “livro” que também os pobres e analfabetos entendem e aproveitam. Isso vale, ainda hoje, para milhões de pessoas.

O sentido da veneração das imagens, segundo a tradição dos Apóstolos, está resumido nesta bênção de imagens, do Ritual Católico:

“Deus eterno e todo-poderoso, não reprovais a escultura ou a pintura das imagens dos santos, para que à sua vista possamos meditar os seus exemplos e imitar as suas virtudes. Nós vos pedimos que abençoeis e santifiqueis esta(s) imagen(s), feitas para recordar e honrar o vosso Filho Unigênito e nosso Senhor Jesus Cristo (ou: o(s) Santo(s) NN. Concedei a todos os que diante delas) desejarem venerar e glorificar o vosso Filho Unigênito (ou: o(s) Santo(s) NN.), que por seus merecimentos e intercessão, alcancem no presente a vossa graça e, no futuro, a glória eterna. Por Cristo, nosso Senhor. Amém”

CONHECENDO NOSSA IGREJA


Os bispos de todas as Américas, reunidos com o Papa Bento XVI, no ano de 2008, em Aparecida, reconheceram que o avanço das seitas é um sério desafio para o catolicismo na América Latina, e recomendam “instruir amplamente o povo, com serenidade e objetividade, através de uma catequese bem elaborada e participativa.


Já no primeiro século São Pedro escreveu aos fiéis, advertindo-os: “Assim como entre o povo (de Israel) houve falsos profetas, do mesmo modo haverá também entre vós falsos doutores, que introduzirão disfarçadamente seitas perniciosas. Eles, renegando assim o Senhor os resgatou, atrairão sobre si uma ruína repentina. Muitos os seguirão nas suas desordens e serão deste modo a causa de o caminho da verdade ser caluniado...” (II Pd 2,1-2).


Com isso queremos colaborar na realização do ardente desejo de Jesus: “Para que todos sejam um, com Tu, Pai, em Mim e Eu em Ti; para que o mundo creia que Tu me enviaste” (Jo 17,21-22) e “que haja um só rebanho e um só Pastor” (Jo 10,16). Além disso, os temas propostos tenta promover a catequese dos adultos e uma pastoral em prol da vivência religiosa mais autêntica.


Esperamos ajudar aqueles que desejar aprofundar a sua fé.