Pe Wagner

sexta-feira, 18 de junho de 2010

PECADO

Padre, o que é PECADO?

Resposta:Pecado - é uma realidade. Vamos consultar o CATECISMO DA IGREJA QUE NOS RESPONDERÁ EXCLARECIDAMENTE PARA NÓS.
386 - O pecado está presente na história do homem: seria inútil tentar ignorá-lo ou dar a esta realidade obscura outros nomes. Para tentarmos compreender o que é o pecado, é preciso antes de tudo reconhecer a ligação profunda do homem com Deus, pois fora desta relação o mal do pecado não é desmascarado em sua verdadeira identidade de recusa e de oposição a Deus, embora continue a pesar sobre a vida do homem e sobre a história.
387 - A realidade do pecado, e mais particularmente a do pecado das origens, só se entende à luz da Revelação divina. Sem o conhecimento de Deus que ela nos dá não se pode reconhecer com clareza o pecado, e somos tentados a explicá-lo unicamente como uma falta do crescimento, como uma fraqueza psicológica, um erro, a conseqüência necessária de uma estrutura social inadequada etc. Somente à luz do desígnio de Deus sobre o homem compreende-se que o pecado é um abuso da liberdade que Deus dá às pessoas criadas para que possam amá-lo e amar-se mutuamente.
1849 - O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a consciência reta; é uma falta de amor verdadeiro, para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana. Foi definido como `uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna` (S. Agostinho, Faust. 22).
1850 - O pecado é ofensa a Deus: `Pequei contra ti somente; pratiquei o que é mau aos teus olhos` (Sl 51,6). O pecado ergue`se contra o amor de Deus por nós e desvia dele os nossos corações. Como o primeiro pecado, é uma desobediência, uma revolta contra Deus, por vontade de tornar-se `como deuses`, conhecendo e determinando o bem e o mal (Gn 3,5). O pecado é, portanto, `amor de si mesmo até ao desprezo de Deus` (S. Agostinho, De Civ. Dei, 14,28). Por essa exaltação orgulhosa de si, o pecado é diametralmente contrário à obediência de Jesus, que realiza a salvação (Fl 2,6-9).1872 - O pecado é uma ato contrário à razão. Fere a natureza do homem e ofende a solidariedade humana.
1873 - A raiz de todos os pecados está no coração do homem. As espécies e a gravidade dos mesmos medem-se principalmente segundo o seu objeto.
1851 - É justamente na Paixão, em que a misericórdia de Cristo vai vencê-lo, que o pecado manifesta melhor sua violência e sua multiplicidade: incredulidade, ódio assassino, rejeição e zombarias da parte dos chefes e do povo, covardia de Pilatos e crueldade dos soldados, traição de Judas tão dura a Jesus, negação de Pedro e abandono da parte dos discípulos. Mas, na própria hora das trevas e do príncipe deste mundo, o sacrifício de Cristo se torna secretamente a fonte donde brotará inesgotavelmente o perdão de nossos pecados.
1852 - A variedade dos pecados é grande. As Escrituras nos fornecem várias listas. A Carta aos Gálatas opõe as obras da carne ao fruto do Espírito: `As obras da carne são manifestas: fornicação, impureza, libertinagem, idolatria, feitiçaria, ódio, rixas, ciúmes, ira, discussões, discórdia, divisões, invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos previno, como já vos preveni: os que tais coisas praticam não herdarão o Reino de Deus` (Gl 5,19-21; Rm 1,28-32; 1Cor 6,9-10; Ef 5,3-5; Cl 3,5-9; 1Tm 1,9-10; 2Tm 3,2-5 ).
Pecado mortal e venial
1854 - Convém avaliar os pecados segundo sua gravidade. Perceptível já na Escritura (1Jo 5,16-17), a distinção entre pecado mortal e o pecado venial se impôs na Tradição da Igreja. A experiência humana a corrobora.
1855 - O pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave da lei de Deus; desvia o homem de Deus, que é seu fim último e bem`aventurança, preferindo um bem inferior. O pecado venial deixa subsistir a caridade, embora a ofenda e fira.
1856 - O pecado mortal , atacando em nós o princípio vital que é a caridade, exige uma nova iniciativa da misericórdia de Deus e uma conversão do coração, que se realiza normalmente no sacramento da Reconciliação:`Quando a vontade se volta para uma coisa de per si contrária à caridade pela qual estamos ordenados ao fim último, há no pecado, pelo seu próprio objeto, matéria para ser mortal... quer seja contra o amor de Deus, como a blasfêmia, o perjúrio etc., ou contra o amor ao próximo, como o homicídio, o adultério, etc. Por outro lado, quando a vontade do pecador se dirige às vezes a um objeto que contém em si uma desordem, mas não é contrário ao amor a Deus e ao próximo, como por exemplo palavra ociosa, riso supérfluo etc., tais pecados são veniais`(S. Tomás, S. Th. I-II,88,2).
1857 - Para que um pecado seja mortal requerem`se três condições ao mesmo tempo: `É pecado mortal todo pecado que tem como objeto uma matéria grave, e que é cometido com plena consciência e deliberadamente` (RP 17).
1858 - A matéria grave é precisada pelos Dez mandamentos segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: `Não mates, não cometas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não defraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe` (Mc 10,19). A gravidade dos pecados é maior ou menor; um assassino é mais grave do que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas entra também em consideração. A violência exercida contra os pais é em si mais grave do que contra um estrangeiro.
1859 - O pecado mortal requer pleno conhecimento e pleno consentimento. Pressupõe o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à Lei de Deus. Envolve também um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal. A ignorância afetada e o endurecimento do coração (Mc 3,5-6) não diminuem mais aumentam o caráter voluntário do pecado.
1860 - A ignorância involuntária pode diminuir ou até escusar a imputabilidade de uma falta grave, mas supõe`se que ninguém ignore os princípios da lei moral inscritos na consciência de todo ser humano. Os impulsos da sensibilidade, as paixões podem igualmente reduzir o caráter voluntário e livre da falta, como também pressões exteriores e perturbações patológicas. O pecado por malícia, por opção deliberada do mal, é o mais grave.
1861 - O pecado mortal é uma possibilidade radical da liberdade humana, como o próprio amor. Acarreta a perda da caridade e a privação da graça santificante, isto é, do estado de graça. Se este estado não for recuperado mediante o arrependimento e o perdão de Deus, causa a exclusão do Reino de Cristo e a morte eterna no inferno, já que nossa liberdade tem o poder de fazer opções para sempre, sem regresso. No entanto, mesmo podendo julgar que um ato é em si falta grave, devemos confiar o julgamento sobre as pessoas à justiça e à misericórdia de Deus.
1862 - Comete`se um pecado venial quando não se observa, em matéria leve, a medida prescrita pela lei moral, ou então quando se desobedece à lei moral em matéria grave, mas sem pleno conhecimento ou sem pleno consentimento.
1863 - O pecado venial enfraquece a caridade; traduz uma afeição desordenada pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e a prática do bem moral; merece penas temporais. O pecado venial deliberado e que fica sem arrependimento dispõe`nos pouco a pouco a cometer o pecado mortal. Mas o pecado venial não nos torna contrários à vontade e à amizade divinas; não quebra a aliança com Deus. É humanamente reparável com a graça de Deus. `Não priva da graça santificante, da amizade com Deus, da caridade, nem, por conseguinte, da bem-aventurança eterna` (RP 17).`O homem não pode, enquanto está na carne, evitar todos os pecados, pelo menos os pecados leves. Mas esses pecados que chamamos leves, não os consideres insignificantes: se os consideras insignificantes ao pesá`los, treme ao contá-los. Um grande número de objetos leves fazem uma grande massa; um grande número de gotas enche um rio; um grande número de grãos faz um montão. Qual é então nossa esperança? Antes de tudo, a confissão....` (S.Agostinho, In ep. Jo 1,6)
Pecado contra o Espírito Santo
1864 - `Aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não terá remissão para sempre. Pelo contrário, é culpado de um pecado eterno` (Mc 3,29). A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento, rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo (DeV 46). Semelhante endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna.

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